E a gramática professor, onde fica?

 

A gramática deve ficar no lugar dela, inserida em toda e qualquer frase a que se tenha acesso durante a aquisição do inglês. A questão é que você não precisa decorar regras de gramática para entender um idioma e, posteriormente, produzir conteúdos de forma fluente e correta.

Quando a criança está aprendendo e comete um erro, seus pais não dizem; “está errado, meu filho! Isso deve ser dito no pretérito mais que perfeito do subjuntivo!”. Eles simplesmente repetem até que a criança assimile e entenda, tornando aquele conteúdo familiar, entendido, assimilado, automático.

 

Querendo ou não ela está lá

Com isso, não quero dizer que a gramática deva ser completamente ignorada, pois ela estará sempre lá. Há alguns professores que dizem frases de efeito como: “nada de gramática!”, ou “nunca estude gramática!”. Bom, talvez, até eu diga alguma coisa assim em algum momento, mas, com o objetivo de gerar impacto e deixar muito claro que não se deve gastar tempo com gramática se o objetivo é fluência!

É o que chamamos de gramática não explícita. Ela está lá, nas formas corretas que o estudante do inglês assimila. Só não é preciso ficar investigando regras e regras, desviando o foco da real aquisição do idioma, como se fosse se tornar um professor de gramática, que conhece todas as regras, mas que não consegue fluência no idioma. Conheço muita gente que enfrenta esse problema. É o caso de pessoas que estudaram durante anos, mas que não conseguiram desenvolver a fluência, porque gastaram a maior parte do tempo e energia com as regras.

 

Não ao estudo explícito da gramática!

Além do gasto de energia o estudo explícito da gramática atrapalha a futura produção. Mais um motivo a respeito do qual deve-se deixar a gramática no lugar dela, é também a interferência crítica da voz interna. Se você estiver muito ligado às regras e a produção não for automática, a partir de padrões que já estão assimilados, você pode simplesmente travar na hora de falar ou escrever porque sua voz interna não permite que ela se expresse sem conferir se a produção (output) está de acordo com as regras. Sabe quando alguém está falando alguma coisa da qual não tem nenhuma certeza e começa a travar, mesmo em português? É o mesmo processo da interferência da voz interna!

Assimile as estruturas e quando for a hora de produzir conteúdo você o fará de forma automática, sem que sua voz interna lhe interrompa a cada palavra, impedindo a fluência!

 

Aceite as estruturas comuns e padrões

Muitas vezes é preciso que você aceite as coisas como são em vez de enveredar por questionamentos intermináveis a respeito do “porquê” disso ou daquilo. Escolha fontes de informação confiáveis e depois aceite determinadas estruturas.

Faça um teste rápido: você consegue explicar, em termos de regras gramaticais, tudo o que você diz fluentemente na sua língua materna, o português? Se você for um ótimo professor ou estudante de português, talvez tenha respondido “sim”, mas a enorme maioria das pessoas responderia “não” e mesmo assim consegue se expressar fluentemente, grande parte do tempo, sem erros consideráveis e sem serem professores de gramática.

 

Dando “moral” para a gramática

Só para não deixar de dar algum crédito à gramática, é possível que em alguns momentos, especialmente em situações complexas, você sinta a necessidade de averiguar e entender determinada regra, mas, no geral, as estruturas mais utilizadas no dia a dia não necessitam desse gasto de energia. Só para ficar bem claro: deixe a gramática no seu lugar, lá no livro de gramática, para ser consultada quando for preciso, mas não para ser objeto de estudo por quem quer atingir a FLUÊNCIA.